O mês de Janeiro vai caracterizar-se como quente e seco, a campanha de cereais de inverno irá ser a pior dos últimos cem anos, atingindo um mínimo histórico de 121 mil hectares. A previsão é do Instituto Nacional de Estatística (INE) que lançou esta terça-feira as estimativas relativamente à campanha agrícola de 2018.
Preços na agricultura vão subir. A culpa é da seca
“Quanto aos cereais de outono/inverno, assinala-se, pelo quinto ano consecutivo, uma diminuição da área instalada, prevendo-se que nesta campanha se atinja um mínimo histórico de 121 mil hectares, a menor área dos últimos cem anos”, assinala o INE. Com o valor médio da temperatura a fixar-se 0,2º Celsius acima do normal e a precipitação a ficar 35% atrás do normal, 56% do território continental ainda se encontra em seca severa.
“A escassa precipitação ocorrida ao longo do mês não foi suficiente para se registarem aumentos significativos das reservas hídricas nem, em muitos casos, para garantir teores de água nos solos próximos dos valores habituais.”
Instituto Nacional de Estatística

Previsões Agrícolas
“A escassa precipitação ocorrida ao longo do mês não foi suficiente para se registarem aumentos significativos das reservas hídricas nem, em muitos casos, para garantir teores de água nos solos próximos dos valores habituais”, lê-se também nas previsões agrícolas. A isto se deve “um abrandamento no desenvolvimento vegetativo dos prados, pastagens e culturas forrageiras” e a diminuição da área de cereais de inverno para mínimos de um século.
Já a produção de azeite irá ser melhor que na campanha anterior, com o INE a prever um aumento de 25% face a esse período. “As condições meteorológicas foram benéficas na fase da floração e vingamento, originando uma carga inicial de azeitona muito elevada”, garante o INE. Assim, em 2017, a produção ter-se-á fixado nas 595 mil toneladas, comparativamente às 476 mil toneladas produzidas em 2016.