Nasceu para o futebol no F. C. Castrense onde jogou nas camadas jovens mas é no Vitória de Setúbal que está a dar nas vistas como treinador das camadas jovens do clube Sadino.

Rui Marques é natural de Castro Verde tem 26 anos é amante do futebol e da ciência do treino e tem o nível 1 tirado na Associação de futebol do Algarve tendo feito o estágio no Vitória de Setúbal. Fez incontáveis viagens entre castro pra Setúbal durante todo o ano, 4 vezes por semana, onde pertenceu a equipa técnica dos Infantis A que ficou em 1.º lugar na primeira e na segunda fase do campeonato, sagrando nos campeões no último jogo. Admite que deve regressar a uma equipa no Alentejo na próxima época para conciliar com o curso de nível II que quero tirar.

Mas afinal quem é este jovem sonhador que idolatra José Mourinho e está a crescer de forma firme e sustentada justamente no clube da terra do Number One.
Rui Marques é um jovem técnico do qual iremos ouvir falar no futuro, tal é a meticulosidade com que esta a abraçar a carreira de treinador. O nosso Site falou com o jovem de Castro Verde, uma conversa para ler e reler.

– Para os leitores que não conheçam o Rui Marques, faça-nos uma pequena autobiografia?
– Tenho 26 anos e sou natural de Castro Verde. Conclui o 12.º ano e um Curso Profissional de Turismo, estou agora a concluir o Curso de Treinador de Futebol – Uefa C – Grau I. Em termos desportivos joguei futebol nas camadas jovens do Futebol Clube Castrense até chegar a sênior. Profissionalmente trabalho no laboratório da empresa Somincor em Neves Corvo há 7 anos.

– Tratando-se de um jovem, porque decidiu avançar, tão cedo, para a carreira de treinador em detrimento da carreira de futebolista?
– Faltava-me talento então tornou-se fácil decidir (risos). Quando jogava futebol questionava-me sempre muito sobre o jogo em si, pensava no porque dos treinadores planearem aqueles exercícios para os treinos, nas opções que tomavam em campo. Era novo mas acho que já olhava muito para a parte tática do jogo, queria sempre saber mais. Hoje em dia sinto-me muito mais realizado a pensar o jogo do que propriamente em jogá-lo. Ver os atletas executarem todas as semanas aquilo que nós pensamos ser o melhor para eles e para a equipa, é apaixonante.

– Como surgiu o Vitória de Setúbal na sua vida desportiva?
– Não é o Vitória que aparece, sou eu que apareço no Vitória FC. Tinha um sonho e fui atrás dele. Queria estar num clube de grande dimensão, num clube de 1.ª liga para poder desenvolver as minhas capacidades junto de pessoas qualificadas e de jogadores de nível elevado. Se queres ser bom, trabalha com os melhores. Fui aceite e tive a sorte de trabalhar com uma equipa composta por pessoas fantásticas. Começamos como equipa, acabamos como família.

– Como avalia a experiência que esta a vivenciar em Setúbal onde tem trabalhado nas Camadas Jovens?
– Diria que tem sido espetacular. É a única palavra que me ocorre. Foi uma experiência que ficará para sempre na minha memória. Passamos por muito este ano mas isso serviu-nos de aprendizagem. Soubemos sempre reagir quando um resultado não corria tão bem ou quando uma situação mais inesperada acontecia. No final, vencemos o Campeonato Distrital de Setúbal em Infantis, e pensar na reação dos meninos no final daquele jogo, deixa-me de coração cheio. A emoção, a felicidade, a gratidão para com quem sempre esteve do lado deles foi enorme. São meninos de um talento inquestionável e de uma ambição tremenda, mas também meninos cheios de valores humanos.

– Vivendo o Rui Marques em Castro Verde presumo que não seja fácil conciliar o trabalho com a careira de treinador?
– – Não foi fácil. Foi uma maratona entre Castro e Setúbal. Consegui agilizar o horário no trabalho de forma a estar presente nos treinos e nos jogos. Ninguém consegue nada se não lutar, se não se sacrificar. E se nós queremos, somos nós que temos de lutar para atingir, ninguém nos vai dar nada. Apesar de ser desgastante, muitas vezes chegava a casa às 23h e às 5h já estava a acordar, não mudava esta experiência por nada. Corri por gosto! E quem corre por gosto não cansa.

– Por onde passa o seu futuro imediato. Continuará em Setúbal ou regressar ao nosso distrito?
– – Havia a possibilidade de continuar mas neste momento para poder continuar a formação de treinador e manter também o meu trabalho vou voltar para o nosso distrito. Não foi uma decisão fácil, afeiçoei-me muito às pessoas, como disse anteriormente, éramos uma família. Na despedida, disse que o maior elogio que lhes podia fazer é que me tornei um deles, tornei-me vitoriano. Estou-lhes muito grato e tudo farei para um dia conseguir voltar.

– Ao nível da sua formação como técnico tirou o curso de Nível 1. Vai continuar a apostar na sua formação? Pretende tirar, por exemplo, o Nível II?
– Tenho a opinião que hoje em dia quem para a sua formação, começa a ficar para trás. Quanto mais ferramentas tivermos, melhor podemos formar jogadores ou conduzi-los para grandes momentos. Existem muitos treinadores de futebol atualmente e quanto maior for o nível de formação mais possibilidades terei de chegar mais longe. Tirei o nível I na Associação de Futebol em Faro, e pretendo a curto prazo tirar o nível II para futuramente conseguir concorrer aos outros níveis.

– Se, porventura, surgir um convite para treinar uma equipa da 1ª ou da 2ª Divisões distrital de Beja, aceitá-lo-ia?
– Não. Neste momento não. O desejo e o plano que tenho é o de treinar uma equipa num campeonato nacional, no contexto de formação. Sempre foi esse o meu objetivo a curto prazo e tentarei concretiza-lo.

– Constata-se facilmente que o Rui Marques ama o futebol. Estou certo se concluir que quer abraçar profissionalmente a carreira de treinador. Isso está nos seus horizontes, faz parte dos seus sonhos?
– É um sonho mas também um objetivo. No dia em que deixar de ambicionar chegar a profissional será o princípio do fim. Movo-me pelo sonho mas ciente das capacidades que tenho e do nível que ainda posso, e que quero, atingir

– Ter chegado, tão jovem, a um clube da 1ª Liga como o Vitória de Setúbal é um feito assinalável. Acredita que isso pode ser um estímulo para jovens como você e significa simultaneamente que quando se sonha e trabalha com a finco todos os sonhos são realizáveis?
– O homem sonha, deus quer e a obra nasce. O fio condutor de tudo isto será sempre o sonho, porque é dele que partimos. Em Setúbal tínhamos uma máxima “O sonho comanda a vida.” Esse será sempre o pensamento que devemos reter. Quem sonha mais, alcança mais. A seguir ao sonho tem de estar a competência, a ambição e o caráter. Tento nunca deixar nenhum destes pontos para trás. Na minha opinião só assim poderei ambicionar mais. É essa a minha visão.

– Onde gostaria que chegasse essa sua bela história enquanto treinador. Qual o sonho maior que o Rui Marques alimenta?
– Gosto de sonhar, portanto essa é uma pergunta difícil mas de resposta simples. Sonho com a final da Taça de Portugal no estádio do Jamor, acho aquele ambiente em torno do estádio e da final algo fascinante. É um jogo especial. Os adeptos não vão ver só um jogo de futebol, vão conviver entre si. Se esse dia chegar, independentemente do resultado serei um homem concretizado desportivamente. Obrigado Rui pela atenção que me concedeu.