
O Rafeiro do Alentejo, também chamado de Mastim Português ou Mastim do Alentejo, é uma antiga raça canina originária da região alentejana de Portugal, utilizada como cão de guarda de rebanhos bovinos.
O Rafeiro do Alentejo é uma das maiores raças portuguesas e das mais bonitas. As fêmeas têm entre 64 a 70 cm e os machos vão desde os 66 até aos 74 cm. O peso varia em torno entre os 35 e os 45 kg nas fêmeas e entre os 40 e os 50 kg nos machos.
O Rafeiro do Alentejo é um molosso, de grande porte, forte e com aspecto rústico. A cabeça lembra a de um urso, com uns maxilares fortes e musculosos. O nariz é largo e escuro. Os olhos são escuros e de olhar suave e as orelhas triangulares e pendentes. O pescoço é curto e forte.

O corpo do Rafeiro do Alentejo é mais comprido do que alto. Os membros são musculosos e têm um pelo mais macio. A cauda é comprida e curva na extremidade.
O pêlo desta raça é de preferência de tamanho médio, mas também pode ser curto. Espesso e liso, o pelo distribui-se de forma equalitária pelo corpo. Pode ser visto nas cores preta, lobeira, fulva ou amarela. São permitidas malhas brancas ou nas outras cores aceites. Os padrões raiado, riscado e tigrado também são aceites.
O Rafeiro do Alentejo é uma raça antiga da região do Alentejo. Como a maioria dos mulossos europeus, acredita-se que tenha descendido dos cães corpulentos do Ribatejo ou do Tibete.
A chegada dos cães à Península Ibérica não é conhecida, pois eles podem ter vindo com alguns nómadas na pré-história, ou que tenham sido trazidos pelos romanos quando governou a região milhares de anos atrás. Muitas vezes, é suposto que a raça está relacionada com o Mastim tibetano, mas nenhuma prova disso existe. Talvez no futuro, evidências de ADN vai provar quando os cães chegaram e qual a sua ancestralidade é, mas por agora não há nenhuma prova, apenas lendas, conjecturas e especulações.

O que se sabe é que esta raça tem sido usada para mover os ovinos das montanhas do norte de Portugal para o planalto do Alentejo e de volta para a montanha. Devido às mudanças na agricultura e na pecuária, e da eliminação de predadores de grande porte, a raça deixou de ter uso económico e começou a declinar. Criadores, no entanto, têm sido capazes de manter a raça viva, embora, em Portugal, ainda é considerada “vulnerável”.
Acredita-se que, o Rafeiro do Alentejo, tenha sido difundida durante a época dos Descobrimentos, sobretudo pelos pescadores que visitavam regularmente a Terra Nova. É com base nesta teoria que se defende que o Rafeiro do Alentejo seja um dos antepassados do Cão da Terra Nova, o Newfoundland.
Sabe-se que o nome “Rafeiro do Alentejo” é utilizado desde o fim do século XIX. A designação vem provavelmente da concepção que a população fazia do cão: um cão rafeiro que era comum na região.

Apesar da antiguidade desta linha, o Rafeiro do Alentejo teve de esperar até meados do século XX para se ver livre da classificação de rafeiro. Ironicamente, o nome escolhido para a raça acabou por ser o nome colocado pela população. Em 1940, foi realizado um censo por dois cinófilos, António Cabral e Filipe Romeiras, para tentar determinar o número de Rafeiros do Alentejo existiam na região. Este foi o ponto de partida para a realização do estalão e o reconhcimento da raça pelo FCI que veio em 1967. O Rafeiro do Alentejo é reconhecido pela Fédération Cynologique Internationale, junto com outras raças portuguesas (o Cão da Serra da Estrela e o Cão de Castro Laboreiro), no grupo 2 e seção 2. A “Associação dos Criadores Do Rafeiro do Alentejo” é o clube oficial desta raça em Portugal.[2]
Contudo o reconhecimento da raça não proporcionou a popularidade que se esperava para o Rafeiro do Alentejo. O número de exemplares chegou mesmo a diminuir nas décadas seguintes. O êxodo rural e a desertificação do interior não ajudaram esta raça rústica que no início da década de 80 via os seus exemplares reduzidos ao mínimo desde que começou a ser contabilizado o número de cães desta raça.
Hoje em dia, o Rafeiro do Alentejo é um cão popular em Portugal, com registos anuais entre 200 e 500 exemplares, conforme os anos, e é mais frequentemente mantido como companheiro e cão de guarda.