O Baixo Alentejo sempre viveu num equilíbrio frágil entre a vivência e a sobrevivência.
Os Baixo Alentejanos sempre souberam bem o preço de viverem num território rural, do Interior, longe dos grandes centros de poder, da atenção mediática e da consciência nacional de que o país é muito mais que os grandes centros urbanos e o litoral.
Os Baixos Alentejanos sempre souberem contornar as fatalidades e dar expressão a uma identidade forte, expressiva e sintonizada com o meio rural em que se integram e onde vão buscar muitas das suas raízes, num quadro de equilíbrio e harmonia.
Quando outros se distraíram de que aqui também era Portugal, nós afirmámos uma identidade, um património e um sentido de afirmação do Mundo Rural.
Quando outros despertaram-se para o nosso potencial, concretizámos o Alqueva e demos um renovado impulso de desenvolvimento, de oportunidades e de projeção do território como espaço de futuro.
Tem sido bom para as pessoas e bom para o território, pelas dinâmicas existentes, não isentas de riscos.
Há sempre quem prefira o copo meio vazio, para poder protestar ou para dar azo a fundamentalismos que não salvaguardam o essencial da vida humana no território.
O projeto de alargamento da área de regadio do Alqueva com novos blocos de rega e a extensão a Sul do Baixo Alentejo, com a ligação da Barragem do Roxo à Barragem do Monte da Rocha, é um investimento vital para as pessoas, para o esforço de fixação da povoação, para a criação de oportunidades de emprego, para a dinamização das economias locais e para a sustentabilidade do abastecimento de água, num quadro de evidentes alterações climáticas.
Qualquer entrave ambiental a um projeto tão relevante para as pessoas e para o território do interior (Bloco de rega da Póvoa de São Miguel/Amarela/Moura) e do sul do Baixo Alentejo (ligação da albufeira do Roxo em Aljustrel à do Monte da Rocha, em Ourique) só pode ser visto como um ataque desproporcionado ao direto que temos em querer viver, trabalhar, estudar e permanecer num espaço com sentido de futuro.
Qualquer obstáculo desprovido de razoabilidade e sentido de equilíbrio com o foco nas pessoas contará com a nossa firme oposição e combate em defesa do Baixo Alentejo e das suas gentes.
O alargamento do regadio do Alqueva e a ligação do Roxo ao Monte da Rocha é um investimento estruturante, fundamental para dar futuro à Região.
Houve um tempo em que não fizeram,
Houve um tempo em que não fizeram nem deixaram fazer,
Era só o que faltava que um fundamentalismo ambiental, sem sintonia com a realidade, pudesse colocar obstáculos à concretização de um projeto vital.
É caso para dizer, se não ajudam ao menos não estorvem.
O Baixo Alentejo e os Baixo Alentejanos agradecem.
Pedro do Carmo