Agora, que praticamente todos os eleitos nas passadas eleições de 26 de setembro tomaram posse nos cargos para que foram escolhidos pelos seus pares, os eleitores, penso que chegou a hora de abordar um assunto que, infelizmente, se está a generalizar mais do que o bom senso o deveria permitir.

Refiro-me à nova “moda” de não assumir a posse do cargo para o qual foi eleito.

Uns, porque apenas foram a eleições para ganhar e, como não foi o caso, não irão assumir ser uma segunda escolha, ou pior, ser a escolha dos que perderam.

Outros, apenas foram a votos porque para isso foram pressionados, nunca fazendo qualquer intenção de assumir nada.

Independentemente das razões ou motivos que os motivou a apresentarem-se a escrutínio, o resultado final permitiu-lhes serem os representantes de quem em si, na sua equipa ou no seu partido acreditou.
A responsabilidade que esse facto acarreta é imensa.

Sim, porque ao sermos eleitos não nos iremos representar a nós mas sim a uma população que acreditou na nossa mensagem, que seguiu as ideias que apresentamos, que confiou nos nossos programas.

Quando digo que não se assume o cargo, claro que não me estou a referir a quem, por motivos de saúde ou profissionais, não pode estar presente no ato de instalação dos órgãos.

Quem se ausenta da cerimónia com uma justificação plausível e que afirma a sua pretensão de representar quem neles acreditou, será sempre considerado.

É tão difícil saber perder como saber ganhar. Quem ganha dever ser humilde na hora da vitória, quem perde deve reconhecer o mérito aos seus adversários.

Mas o mais importante no rescaldo de umas eleições é realmente dizer a todos os que foram às urnas que, independentemente do resultado, estarão presentes para assumir o que o povo escolheu.

Uns para governar, outros para fazer uma oposição séria e construtiva, para fiscalizar e para, se for o caso, denunciar o que de menos bem se fizer.

Foi isso que os resultados ditaram. E é isso que todos nós, eleitos, devemos respeitar: a vontade dos eleitores.

Chama-se respeito.

Por nós e principalmente pelos outros.

José Francisco Encarnação