Que histórias contam os poços, fontes e chafarizes de Beja? Mais que muitas, como se pode ler em A História da Água de Beja do Século XV a 1960, livro da autoria de Marta Páscoa e editado pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja. A obra foi oficialmente apresentada no dia 25 de Abril, em plena Ovibeja, e representa para a EMAS um “desafio”.
“Este foi um novo desafio, de mostrar a todos o que está por detrás das torneiras, dando a conhecer com esta publicação a história da empresa, da água e da cidade de Beja, utilizando um fio condutor comum, onde a água naturalmente desempenhou um papel preponderante, nomeadamente na fixação das pessoas, no seu crescimento, mas também na forma como a sociedade se organizou em torno de um recurso desde sempre central para o quotidiano”, sublinha o administrador-executivo da EMAS de Beja.
Para Rui Marreiros, a obra é de “extrema importância”, uma vez que permite “ler nas experiências do passado, para melhor se poder compreender o presente e escrever as linhas do texto que deverão conduzir” o futuro da EMAS, “contribuindo simultaneamente para a construção da memória colectiva enquanto comunidade”.
A História da Água de Beja do Século XV a 1960 nasceu de um trabalho de investigação de Marta Páscoa, que recorreu a diversas fontes. “Sobretudo os documentos do Arquivo Municipal de Beja, depositados no Arquivo Distrital: actas de vereação, tombos de bens e manuscritos diversos”, afirma a autora, para quem a mais-valia do livro “é condensar a informação” existente sobre o tema “que andava dispersa e de difícil acesso”.
O trabalho foi moroso e permitiu a Marta Páscoa algumas “surpresas”. “Inicialmente a maior descoberta foi verificar que aqueles pontos de água (chafarizes, tanques ou poços), apesar das periódicas remodelações, existem quase todos há mais de 500 anos”.
A livro está, para já, disponível online nos meios de comunicação digital da empresa municipal, mas Rui Marreiros garante que estão igualmente “em estudo outras possibilidades de divulgação”, por forma a chegar a mais leitores.
“É nosso objectivo que o livro também em formato impresso esteja acessível aos interessados”, acrescenta o administrador-executivo da EMAS de Beja.

Notícia – Correio Alentejo