O cortiçol-de-barriga-preta (Pterocles orientalis) é uma ave da família Pteroclididae. É ligeiramente maior que o cortiçol-de-barriga-branca, distinguindo-se deste pelo ventre preto.
Frequenta zonas áridas, semidesérticas. Em Portugal é actualmente uma espécie rara e ameaçada, que apenas sobrevive em certas regiões remotas do interior.

O Cortiçol de Barriga Preta é uma ave da família dos Pteroclídeos. Apresenta dimensões ligeiramente superiores ao pombo e o seu corpo tem uma forma arredondada. A sua penugem é acastanhada e possui algumas manchas mais escuras ou até mesmo negras. Ainda assim, é uma ave muito difícil de observar à distância sem binóculos. O peito é delimitado por uma risca preta e a sua barriga apresenta a mesma cor, o que torna este pássaro fácil de identificar em voo. A sua população mundial não se encontra num estado muito critica no que toca ao estatuto de conservação, mas ainda assim é considerada uma espécie em Perigo.

A sua distribuição estende-se desde o Norte de África até à China passando por quase toda a Europa. Nesta última, a sua concentração é maior em Portugal, Espanha, Rússia e Turquia. Em Portugal encontra-se maioritariamente nas planícies Alentejanas, ainda que possa ser encontrado noutros locais, como em Castelo Branco.

Tem preferência por locais áridos, desérticos ou semidesérticos. Na Península Ibérica está directamente ligada aos campos de cultivo, especialmente os abandonados que apresentem algumas pastagens secas. Os campos de leguminosas são os biomas preferenciais à espécie.
É maioritariamente herbívora, embora possa, por vezes, alimentar-se de pequenos insectos. Na base da sua dieta estão as leguminosas e sementes de plantas. Ainda assim, também se alimenta de folhas verdes e botões de flores por abrir.

Os ninhos são feitos em zonas sem vegetação e de solo pedregoso. São construídos directamente no chão e numa cova construída pelo casal. O mesmo é monogâmico e pode atingir a duração de vários anos. As penas do ventre do macho funcionam como uma espécie de esponja através da qual as crias podem beber. Passado algum tempo depois de chocarem, as mesmas já saem do ninho, chegando mesmo a fugir.


Algumas das ameaças a esta espécie são:

– Florestação das zonas de cultivo que servem de habitat á espécie;

– Aumento do cultivo de pomares e olivais;

– Construção de infra-estruturas como estradas e barragens;

– Aumento das cidades;

– Abate ilegal de indivíduos da espécie.