
Promovida pelo Município de Ourique e pela Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), a 𝟭𝟳.ª 𝗲𝗱𝗶çã𝗼 𝗱𝗮 𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗣𝗼𝗿𝗰𝗼 𝗔𝗹𝗲𝗻𝘁𝗲𝗷𝗮𝗻𝗼 𝗱𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿á 𝗲𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗼𝘀 𝗱𝗶𝗮𝘀 𝟮𝟭, 𝟮𝟮 𝗲 𝟮𝟯 𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗿ç𝗼 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟮𝟱. Este evento, que é uma das maiores celebrações da identidade rural, dos saberes, sabores, arte e mestria dos homens e mulheres que trabalham o fruto da terra -, promete continuar a afirmar-se como um marco no panorama cultural e gastronómico da região e do país. Em 2025, a XVII edição do maior certame de Ourique continuará a valorizar a fileira do porco alentejano.
Além de um cartaz musical diversificado e atrativo, edição de 2025 trará também um programa técnico dedicado à valorização da fileira do porco alentejano, assim como um conjunto de atividades culturais e festivas que refletem a riqueza e a autenticidade do concelho de Ourique e do Alentejo. A programação completa será anunciada em breve, garantindo momentos de excelência e entretenimento para todos os públicos.
𝙊𝙪𝙧𝙞𝙦𝙪𝙚: 𝙪𝙢 𝙙𝙚𝙨𝙩𝙞𝙣𝙤 𝙙𝙚 𝙧𝙚𝙛𝙚𝙧ê𝙣𝙘𝙞𝙖 𝙣𝙤 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙧𝙪𝙧𝙖𝙡
Com mais de uma década e meia de história, a Feira do Porco Alentejano consolidou-se como um ponto de encontro entre a tradição e a inovação, entre a identidade local e a projeção nacional. Este evento é um momento de celebração da cultura rural e da gastronomia, destacando o papel central do porco alentejano como um produto de excelência, símbolo da tradição e da sustentabilidade do nosso território.

CM Ourique

Ourique é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja e inserida na região do Alentejo (NUT II) e na sub-região do Baixo Alentejo (NUT III), com menos de 2 000 habitantes.[1]
É sede do Município de Ourique que tem 663,31 km² de área[2] e 4 840 habitantes (2021),[3][4] subdividido em 4 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelos municípios de Santiago do Cacém e Aljustrel, a leste por Castro Verde e Almodôvar, a sul por Silves e a oeste por Odemira.
Caracterização
Geografia
O território de Ourique, em termos geomorfológicos, faz a transição entre a peneplanície – dominante a norte e em grande parte do espaço geográfico do município – e a serra de Monchique, na parte sul, numa passagem das planuras secas para uma orografia mais vigorosa, de maior altitude média e com um aumento óbvio do regime pluvial.
A rede hidrográfica é marcada pelas bacias dos rios Sado e Mira, este último que cruza longitudinalmente o município na sua parte mais estreita, nas proximidades de Fernão Vaz/Castro da Cola. A barragem do Monte da Rocha e parte significativa do regolfo da barragem de Santa Clara são duas fontes hídricas importantes que marcam e caracterizam a paisagem e as atividades humanas na região.
Em termos de vegetação predomina a estepe cerealífera, montado e, na parte sul do município, a de relevo mais movimentado, dada a aproximação e integração na serra, afirma-se o coberto de características mediterrânicas e o pinhal.
A planície estepária é desarborizada, mas concentra uma diversidade avifaunística muito importante e única.[6]
Clima
Em termos climáticos, a região apresenta duas estações anuais bem definidas: o inverno é frio e pouco chuvoso e o é verão muito quente e seco, este último com temperaturas que ultrapassam frequentemente os 40 °C.[6] Devido a isto, o clima pode ser designado como de regime mediterrânico; na escala climática de Köppen-Geiger é classificado como Csa.[7]
A pluviosidade é baixa (média anual de 558 mm), com regimes de precipitação irregulares e com grandes variações de ano para ano. O mês mais seco é Julho e tem 2 mm de precipitação. Com uma média de 86 mm, o mês de Janeiro é o mês de maior precipitação.
A temperatura média anual é de 16.4 °C. O mês mais quente do ano é Agosto, com uma temperatura média de 23.4 °C. A temperatura média em Janeiro é de 10.6 °C, sendo esta a temperatura média mais baixa do ano.[7]
História
Origem de Ourique
A fundação de Ourique data de 711, ano da entrada dos muçulmanos na Península Ibérica. Contudo, vários fatores apontam para uma existência mais recuada.
São conhecidos diversos assentamentos populacionais desde os tempos pré-históricos, locais documentados por diversas campanhas arqueológicas. Desde o Paleolítico, Calcolítico, Idade do Ferro e do Bronze, um grande número de povos se cruzaram nestas terras, devido às presenças proto-históricas, romanas, celtas e árabes.
Quanto à origem do topónimo Ourique, este pode ter origem nas palavras Ouro (pela proximidade com explorações auríferas) e Orik (palavra árabe que significa desgraça ou infortúnio, no seguimento da derrota mourisca na Batalha de Ourique).
Dever-se-á também, aos muçulmanos, a edificação do castelo de Ourique, estrutura militar lendária que ainda hoje preenche memórias. Este castelo terá, muito provavelmente, alternado várias vezes entre o Crescente e a Cruz, consoante a sorte de armas. Nos tempos da reconquista teria um papel essencialmente de atalaia defensiva, tendo como guarda avançada o Castro da Cola.
A importância geográfica e estratégica de Ourique e do seu território é reconhecida ao longo dos séculos, pelo que sempre desempenhou a sul um importante papel militar e comercial ao estabelecer ligação com o vale do Sado e com a serra algarvia. Desta forma, Ourique constituiu-se como uma das componentes centrais na conquista do território aos muçulmanos, tendo sido testemunha da célebre Batalha de Ourique.
A Batalha de Ourique, ocorrida nos campos de Ourique a 25 de julho de 1139, foi decisiva para a Independência de Portugal. Lideradas por D. Afonso Henriques, as tropas cristãs venceram, com grandes dificuldades, os muçulmanos comandados pelo governador de Santarém.

Segundo a lenda, antes da refrega, Cristo terá aparecido a Afonso Henriques, garantindo-lhe a vitória, confiando nas motivações religiosas que o moviam. Desta forma, a batalha que se seguiria estava, de certa forma, protegida pelo poder divino. A vitória em toda a linha contra os “cinco reis mouros” permitiu que, em seguida e em pleno campo da peleja, Afonso Henriques fosse aclamado pelo seu exército como rei de Portugal.[8]
Afirmação da vila
Em 8 de janeiro de 1290, e estando o rei D. Dinis em Beja, foi concedida carta de foral a Ourique que permitiu a sua elevação a vila, algo que significou a emancipação da localidade. Mais tarde torna-se também cabeça de comarca, passando a ter a jurisdição de muitos municípios limítrofes.
D. Manuel I atribui novo foral a Ourique em 20 de setembro de 1510, confirmando os privilégios dados por D. Dinis.
No primeiro recenseamento da população portuguesa, em 1527, Ourique e o seu termo tinham 582 habitantes, o que fazia desta vila uma das mais povoadas de Além-Tejo.[9]
Foto/Capa: Terceira Dimensão