O presidente da câmara de Almodôvar revelou à Castrense que é apologista incondicional das feiras temáticas como factor de dinamização dos produtos e dos produtores locais “em minha opinião as feiras tradicionais já não fazem muito sentido. Digo-lhe porquê.
Porque os feirantes vêm com as suas carrinhas carregadas de produtos, trazem uma sandes e uma garrafa de água, os nossos cidadãos gastam dinheiro nesses produtos e os feirantes ao fim do dia vão-se embora depois de arrumarem a trouxa e não deixaram um cêntimo em Almodôvar, não pagam um cêntimo de impostos no concelho, não dão portanto qualquer lucro ao concelho e ainda deixam atrás deles centenas de quilogramas de lixo em caixas de papel em sacos plástico que nós no dia seguinte temos que ir apanhar”.
Segundo António Bota “o conceito das feiras tradicionais tal como esta deixa muito a desejar pois serve o cidadão mas prejudica o comerciante do concelho. Porque a vinda destes feirantes fará com que os nossos munícipes não façam compras no comércio local porque as fez na feira e o feirante não deixou um cêntimo enquanto as lojas tradicionais estão cá a trabalhar pagam cá os seus impostos e tem cá os empregos tem cá as famílias a sua estabilidade social, económica e familiar e isso nós devemos preservar.
Chama-se a isso, na minha opinião, economia cíclica, chama-se a isso uma economia circular, uma economia que se fazia antigamente e que hoje, felizmente, os conceitos de boa economia estão a voltar”.
O autarca socialista de Almodôvar lembra o caso do Comendador Rui Nabeiro para reforçar a sua tese “temos um exemplo que é o homem da Delta, tão falado e elogiado no nosso país, por ter criado esse modelo de economia circular que gerou uma economia em que todos os seus funcionários de Campo Maior têm a oportunidade de gastar o seu dinheiro em Campo Maior e daí a fortuna que Campo Maior gerou não estou só a falar do comendador da sua empresa, estou a enfatizar a qualidade de vida que se gerou em Campo Maior nas famílias desta localidade”.
António Bota orgulha-se das feiras temáticas que se realizam em todas as freguesias do seu concelho e deixa em primeira palavra a sugestão que irá propor ao executivo da União de Freguesias de Almodôvar e Graça de Padrões “eu não quero nem almejo fazer o mesmo em Almodôvar eu quero é dar a Almodôvar o conceito, a oportunidade de explicar este conceito. Dou-lhe um exemplo. No Campo das Eiras temos que colocar em prática este conceito fomentando a realização de feiras temáticas, relembrando que isto que estou a dizer é algo que defendo desde que assumi funções na câmara de Almodôvar, aliás, fomentei a continuidade da feira de São Barnabé e a potenciação de um produto único, o medronho, proporcionei que o presidente da Junta de Santa Cruz e Gomes Aires desenvolvesse a feira do mel, fi-lo em relação ao presidente da Junta de Aldeia de Fernandes desenvolvesse a feira do pão, eu e o meu executivo fizemos o mesmo em relação à freguesia de Santa Cruz no sentido de que promovesse a feira do folar, a mesmo aconteceu com a freguesia do Rosário que organiza a feira do enchido e das tradições, e estou a tentar convencer o presidente da Junta de Almodôvar e Graça dos Padrões a agarrar no conceito que nós implementamos no ano passado da Feira dos Saberes e Sabores para que esta União de Freguesias tenha também a sua feira temática. Portanto, como vê sou 100% apologista das feiras temáticas porque são elas que promovem os nossos produtos e beneficiam economicamente os nossos produtores, que contactam directamente com os clientes que geram empatias com os clientes e que possa proporcionar negócio estável, negócio sustentável que é isso que queremos para as freguesias do nosso concelho. É esta a filosofia que sempre defendemos e continuaremos a fazê-la por acreditarmos que é a melhor forma de dinamizar a economia local, de promover os nossos produtos de excelência e de gerar proveitos económicos para os nossos produtores” realça o presidente da câmara de Almodôvar, António Bota.