As Legislativas de Outubro vão torrando a lume brando. António carrega às Costa(s) uma vitória anunciada e como brinde a Maioria Absoluta. Depois do êxito, inquestionável, da Geringonça, o PS vai à sua vida, sozinho, com a confortabilidade de quem sabe que os louros da última Legislatura lhe irão cair todos no colo.
António Costa é um grande líder e tem uma grande equipa. A simbiose perfeita. O PS operou na última década uma autêntica revolução geracional e os resultados são o que se vê. Um partido coeso, jovem, com estratégia e um país inteiro nas mãos.
O Partido Socialista soube adequar-se às exigências dos novos tempos e sem perder tempo afirmou-se como o mais bem estruturado Partido Politico português. A vitória nas Legislativas de Outubro será a rosa no topo do bolo. Portugal é hoje um outro país. Não é (ainda) o país desejado, mas está longe de ser uma Pátria sem rumo. E isso deve-se, em muito, ao trabalho feito nesta Legislatura em áreas fundamentais e estruturantes. Falta apenas saber o que quererá o PS e os outros Partidos da Esquerda à Direita fazer com o Alentejo, se quiser, com o Baixo Alentejo.
O Baixo Alentejo tem direito, e tem todas as condições para ser uma sub-região de excelência no país. Há alguns anos alguém disse que o “Poder Central tem medo do potencial da nossa região”.
Começo a acreditar que sim. Não calemos a voz e, sejamos de que quadrante ideológico formos, ergamos a voz em nome deste bocado de chão que é a nossa paixão toda. Não mostremos os dentes só porque o maior avião do mundo esteve a descansar à sombra do chaparro que é o Aeroporto de Beja, nem nos iludamos com as visitas relâmpagos do Sporting e do Benfica.
Desenvolvimento regional é muito mais do que isso, aliás, é a antítese disso.
Regionalizar ou Descentralizar? Que caminhos devemos seguir? Que medidas de fundo devem ser tomadas para estancar esta fulminante sangria demográfica? Com atrair investimento para a região? Como reforçar a autonomia do Poder Local dando-lhe ferramentas capazes de gerarem reformas em vez de remendos?
Um exemplo de como não sairemos da cepa torta – Como é possível levar quatro anos para fazer vinte e poucos quilómetros de estrada na N2 que liga Aljustrel a Castro Verde? É um exemplo minúsculo, dirão alguns. Se para solucionar este “minúsculo” problema nem uma legislatura chegou, como podemos ambicionar outros voos quando sabemos que não temos asas para voar, e que estas asas se chamam Poder Central.
Eu defendo um Plano Marshall (Plano Marshall (conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Europeia) para o Interior do país, e para o Baixo Alentejo.
O Plano Marshall uma espécie de – Programa de Recuperação do Interior do País.
Sem uma intervenção com esta profundidade dentro de uma década o Interior será um deserto em detrimento do Litoral que se transformará numa autêntica lata de sardinhas.
Cabe ao PS, que vencerá as próximas Legislativas com Maioria Absoluta dar este passo histórico em nome do Interior, em nome da coesão territorial, em nome da equidade nacional.
Quero cá estar para reportar o acontecimento…
Do definhamento ideológico da Direita e do seu maior partido PSD falaremos em breve…
Artigo – Jornalista Rui Rosa