Dados divulgados pelo IPMA dizem que no final de setembro, Portugal mantinha a situação de seca meteorológica, verificando-se “um aumento da área em seca moderada nas regiões do Norte e Centro e uma diminuição da área em seca extrema na região Sul.” “Estamos numa sequência de cinco anos de seca e a enfrentar a consequente falta de reservas de água em partes do Alentejo”.
As afirmações são feitas por João Madeira, engenheiro agrónomo e associado da ACOS – Agricultores do Sul, frisando que esta sequência de cinco anos de seca tem feito com que as reservas de água não recarreguem. João Madeira prossegue explicando as dificuldades que esta situação representa quando se fala de reservas de água necessárias para o abeberamento do gado.
João Madeira esclarece, igualmente, os impactos que o facto, das reservas não se recarregarem têm na redução da produção vegetal, nos custos acrescidos para quem tem de comprar alimentação para o gado e na falta de aprovisionamento de água.
O Alqueva “sustenta” no Baixo Alentejo, quando se fala de água, 15% do território e todo o resto tem necessariamente que combater esta falta, assegura João Madeira, revelando que é preciso criar estruturas de armazenamento de água, dotar as explorações de meios para fazerem barragens/charcas, fazer furos, podendo mesmo chegar-se à conclusão que pode ser preciso criar redes de emergência para se poder socorrer quem já não tem onde ir buscar água para o abeberamento do gado. Para João Madeira está na altura dos agricultores começarem a prepara-se para o que aí vem, assim como todos, porque é preciso resolver esta questão de forma integrada. João Madeira frisa mesmo que este é um problema que envolve agricultores, associações, autarquias e outras entidades do Estado para se poder resolver com sucesso.
João Madeira considera que este é um caminho para trilhar, que leva tempo, mas que urge começar.
Recorde-se que o IPMA refere, também, que comparando com o mês de agosto, no “final de setembro houve uma diminuição da percentagem de água no solo, com exceção da região do Minho, onde se registou um ligeiro aumento.” O IPMA classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”. Existem assim, quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica, aquela em que o território de Portugal Continental se encontra, está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.
Além do índice de seca, o resumo do Boletim Climatológico do IPMA, indica que o mês de setembro classificou-se como quente em relação à temperatura do ar e seco em relação à precipitação.
Noticia – Rádio Voz da Planicie