Luísa Caraça e Sofia Caraça são duas jovens jogadoras da equipa de iniciados do Ourique Desportos Clube, treinadas por João Palhinha e Mário Loures. Mas têm muito mais em comum, além do apelido. São irmãs gémeas, nascidas naquela vila no início de Fevereiro de 2003. O seu potencial desportivo já as conduziu à seleção distrital de futebol de sete, da Associação de Futebol de Beja, com cuja camisola disputaram, recentemente, uma fase do interassociações, competição a que voltarão, em Abril próximo, desta vez na cidade de Castelo Branco, e, mais importante ainda, cativaram o interesse do técnico nacional Ricardo Tavares que as convocou para o estágio da seleção sub- -15 feminina realizado, em finais de Dezembro, em Quiaios, Figueira da Foz. Uma experiência única que, embora desejada, chegou num momento inesperado, como ambas já referiram. Confiantes em que se repita porque, comentou Luísa: “O seleccionador nacional deixou-nos algumas palavras de confiança. Nós sabemos que foi apenas um estágio de observação, que não ficou nada garantido, mas estamos conscientes de que temos que trabalhar para conseguirmos mais alguma coisa”. Sofia confirmou que: “Viemos optimistas. Estamos com esperança em voltar num próximo estágio que venha a ser realizado”. As duas atletas acompanham com muito interesse a carreira de algumas jogadoras, do distrito, que têm tido as suas oportunidades nas selecções nacionais. Por isso, Sofia não tem dúvidas: “Gostava de fazer do futebol a minha vida profissional, sabendo que uma carreira a esse nível tem uma duração muito limitada, mas gostaria de me profissionalizar no futebol”. Certezas à semelhança da irmã, que confessou: “A minha ambição é a mesma, ser profissional de futebol e chegar a jogar na seleção principal do meu país”. Influenciadas pelo pai, Jacinto Caraça, antigo jogador do Ourique e do Almodôvar, de quem recebem sempre um ou outro conselho, contam com o confortável apoio dos progenitores em todos os momentos que necessitam de maior motivação. Embora as chamadas às selecções, regionais e nacional, lhes tenha dado maior notoriedade consideram que: “Isso é algo com que convivemos bem, somos as mesmas pessoas, o que mudou é que, ao ser conhecida a nossa chamada à seleção nacional, toda a gente nos felicitou em Ourique, na rua, na escola [são alunas do 9.º ano]. Onde nos viam davam-nos os parabéns”, revelou Luísa, enquanto a irmã Sofia completou a ideia de que “não mudou nada, a ambição mantém-se elevada, queremos chegar o mais longe possível e, sabendo que não será fácil, parece que estamos no bom caminho”. O primeiro passo está dado e o que vier, para além disto, será “naturalmente bem recebido”, dizem. Luísa joga na posição de lateral direito, Sofia é médio centro. Ambas iniciaram a carreira desportiva nos escalões de formação do Ourique e ali continuarão até à categoria de juvenis, idade limite para a equipas mistas. Mas o futuro já está desenhado: “Gostaríamos de jogar na equipa feminina do Castrense, que é a mais próxima da nossa terra”, admitiu Luísa. Mais adiante “logo se verá”, comentou a Sofia. Jogar no Sporting seria, para as irmãs, a “concretização de um sonho” aliando o prazer de representarem o clube de que são fervorosas adeptas. A condição de gémeas dá-lhes, com certeza, um sentimento de partilha diferente, que se reflete dentro de campo, anuiu Luísa: “Jogamos juntas desde pequenas e conseguimos uma química especial, o que nos proporciona alguns lances de pura intuição, praticamente já sabemos o que vai acontecer. Basta um olhar entre nós e o resto acontece com naturalidade”. Mas, afinal, que opinião terá o seleccionar nacional sobre estas duas jovens futebolistas cujos sonhos têm uma dimensão incomensurável? “São duas jogadoras com potencial que, certamente, continuarão a fazer parte dos nossos planos. Vamos ver como elas evoluem. Observei-as, em Quiaios e em Beja, e posso assegurar que são duas atletas que continuarão a fazer parte das minhas escolhas enquanto seleccionador nacional”, revelou Ricardo Tavares.
Noticia – Diário Do Alentejo
Jornalista – Firmino Paixão