
Nos últimos anos, a região do Baixo Alentejo está a ser marcada por um aumento da criminalidade associada ao tráfico de pessoas, o que muito se deve à necessidade constante de mão de obra, em especial para as culturas intensivas como é o caso do olival e do amendoal.
As culturas intensivas, para além de mudarem a paisagem da região, fizeram com que as aldeias do Alentejo fossem ‘invadidas’ por trabalhadores oriundos das mais diversas regiões do globo.
A curva demográfica negativa que afeta a região alentejana está a ser travada pelo fluxo de trabalhadores estrangeiros que acorrem aos campos alentejanos.
Este aumento de trabalhadores estrangeiros, tem implicado um aumento da criminalidade associada ao tráfico de seres humanos.
Muitas têm sido as operações realizadas pelo SEF, na zona de Beja, onde a libertação de cidadãos moldavos e romenos que caíram nas malhas das redes de tráfico humano, já ultrapassa as largas centenas.
Estes trabalhadores, muitas das vezes, são obrigados a trabalhar mais de 12 horas, sem descanso semanal, sem remuneração e ainda lhes são retirados os documentos aquando da sua chegada pelos angariadores.
O coordenador da Associação Solidariedade Migrante, sedeada em Serpa, diz que a situação dos trabalhadores emigrantes no distrito de Beja ”é miserável”.
Alberto Matos refere que os “trabalhadores imigrantes que fizeram a campanha da azeitona, trabalhando e dando lucros aos donos da terra, que os exploraram miseravelmente, foram deixados ao abandono”.
O coordenador da SOLIM diz que a situação em que se encontram estes imigrantes é de “absoluta precariedade”, “miserável mesmo”, e que esta escravidão acontece, não só, em Baleizão, mas em muitas aldeias dos concelhos de “Beja, Serpa, Ferreira do Alentejo e Aljustrel”.