Segundo noticiou o Expresso, muitos proprietários de pequenas explorações agrícolas temem o pior. Para alguns a falência pode ser inevitável. A esperança vai agora para a reabertura dos restaurantes e hotéis já a partir da próxima segunda-feira.
O mais natural é que, na última ida ao supermercado, nem sequer tenha notado, mas a verdade é que alguns alimentos que entram na sua dieta diária estão com preços mais baixos que no início do ano. Se não deu pela diferença foi porque provavelmente ficou diluída algures ao longo da cadeia de fornecimento desde os campos até à prateleira do supermercado, mas, na verdade, alguns produtos alimentares essenciais — como carne de cabrito, borrego, vitela ou leitão, além de queijos e hortícolas —, estão a ser pagos ao produtor, no Alentejo, 40% a 50% abaixo do que se praticava antes da crise da covid-19.
Em algumas zonas do centro do país, como em Oliveira do Hospital, Seia e Nelas, onde se produz o conhecido queijo da serra certificado, a derrapagem nos valores pagos aos pequenos agricultores já anda acima dos 50%.
Esta situação levou o presidente da câmara de Almodôvar a demonstrar a sua inquietação face a esta realidade na sua pagina do Facebook onde realça que “esta é uma realidade atual, também no concelho de Almodôvar. Nós os consumidores pagamos os mesmos preços nas cadeias de venda ao público mas a o facto é que os produtores estão a receber muito menos, e já é uma sorte quando conseguem vender . Não coloco em causa que existem mais lucros pois isso seria esquecer que os custos de venda são os mesmos, mas quem cultiva e quem cria não consegue realizar capital para custear a operação”.

António Bota revelou que “Há cerca de 3 semanas solicitei a devida atenção e sensibilizei os deputados da região, a direção regional de agricultura e o nosso secretário de Estado” realçando que “temos que encontrar soluções para o pequeno agricultor e produtor de animais.
Os animais comem todos os dias, as rações não baixaram de preço e os preços de venda diminuíram, e muitos não conseguem sequer vender, colocando em risco o futuro próximo da nossa cadeia de produção e micro economia local!” constata o autarca socialista de Almodôvar.