Segundo os dados revelados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas foram destruídos mais de 27 mil ninhos de vespa-asiática em Portugal em 2023. O número de ninhos de vespa-asiática destruídos no país revela a forma como a espécie se tem alastrado pelo território: só no ano de 2023, foram avistados 29.039 ninhos desta espécie invasora e destruídos 27.884 ninhos.
A espécie exótica predadora de abelhas invadiu o Norte e o Centro do País, já chegou ao distrito de Lisboa e depois espalhou-se pelo Alentejo, não tendo ainda sido registada a sua presença apenas no Baixo Alentejo e Algarve. O combate à invasão das vespas asiáticas ou velutina está longe de terminar e parece ser uma luta inglória. Desde 2011, quando foi detetada pela primeira vez em Portugal, os insetos que se alimentam das abelhas e afetam a agricultura invadiram todo o Norte e Centro do País.
E fizeram-no apesar de um plano de ação de vigilância e controlo quem já permitiu a destruição de 66.028 ninhos de vespas, como avança à Revista Sábado o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Surgiram, nas redes sociais, relatos e evidências de que a vespa asiática – ou velutina – já chegou ao concelho de Mora, no Alentejo.
A Velutina tem 5 x mais veneno do que uma vespa normal e propaga-se com muita facilidade, devendo, em caso de avistamento avisar as autoridades. Esta espécie é um ameaça para os apicultores por predadora, matando os enxames de abelhas comuns e impedindo a polinização e a produção de mel, mas é também uma ameaça para a saúde pública, pois são muito agressivas, sendo capazes de fazer perseguições superiores a uma centena de metros e 20 a 25 picadas desta espécie são suficientes para matar um adulto saudável e não alérgico.

O primeiro registo da presença desta vespa em Portugal data de 2011, em Viana do Castelo, e, um ano depois, eram já cerca de 60 os ninhos confirmados no Alto Minho.
No final de 2015 havia registo de 1215 vespeiros, espalhados por Braga e Vila Real e, posteriormente, houve registos desta vespa no Porto (já são pelo menos oito centenas), Coimbra, Aveiro, Guarda, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Viseu, no Alentejo (sobretudo em Gavião, Portalegre). Segundo o governo, os prejuízos na indústria do mel eram há dois anos estimados em cerca de 5 milhões de euros e a presença desta espécie justificou mesmo um plano de ação para a vigilância para controlo da vespa velutina. Para quem avista um ninho de vespa asiática, o procedimento adequado será o de dar nota do avistamento à plataforma online SOS Vespa do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, pelo 808 200 520, à Protecção Civil, que procurará intervir durante a noite, quando todas as vespas estão no ninho, ensacando-o e incinerando-o.

A velutina (Vespa velutina nigrithorax) espécie não-indígena, predadora da abelha europeia (Apis mellifera) é proveniente de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia, do leste da China, da Indochina e do arquipélago da Indonésia e o seu primeiro registo na Europa deu-se aquando da sua introdução involuntária, em 2004 no território francês.
Em 2010 já havia registos em Espanha, e em 2011 em Portugal e Bélgica; em 2012 já estava em Itália.
IN – Tribuna do Alentejo

Afinal que inseto violento é este que está a assustar o mundo, a Vespa Asiática… 0 Espécie exótica (não-indígena) de caráter invasor, a vespa velutina é de origem asiática. A sua área de distribuição natural estende-se pelas regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e arquipélago da Indonésia, ocorrendo normalmente nas zonas montanhosas e mais frescas da área de onde é originária, pelo que pode estar preadaptada para explorar ambientes temperados. A subespécie introduzida na Europa é a Vespa velutina nigrithorax, designada vespa asiática, também conhecida por vespa das patas amarelas. Vespa-asiática-flor Ao que tudo indica, o meio de entrada da invasora deu-se através do comércio de produtos alimentares (e não só) dos países onde é nativa, para o porto de Bordéus – França, em 2004. A espécie rapidamente se reintroduziu, tendo Portugal registado o primeiro avistamento em 2011, no distrito de Viana do Castelo.

Durante alguns anos ficou no norte do país, mas tem vindo a ampliar a sua área de ocorrência e a deslocar-se para o sul do país, sendo que Lisboa, até agora, é o distrito mais a sul onde existe a sua presença. Ao longo deste ano, os distritos onde se registaram mais denúncias foram no Porto (133), Braga (92), Viseu (60), Aveiro (53) e Coimbra (50). A sua organização social é constituída por uma rainha, várias obreiras, machos e fundadoras. Pertencente à classe Hymenoptera, a vespa asiática possui cabeça preta com face laranja/amarelada. O corpo é castanho-escuro ou preto, aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e com um único segmento abdominal amarelado-alaranjado na face dorsal, sendo difícil confundí-la com qualquer outra espécie. As asas são escuras e as patas castanhas com as extremidades amarelas, o que originou a designação de vespa das patas amarelas. O seu tamanho varia de acordo com o alimento, o lugar e a temperatura, sendo, contudo, uma das maiores espécies de vespas.
A rainha pode ter até 3,5 cm, as obreiras 2,5 cm e os zangões 3 cm.
Os seus ninhos, constituídos por fibras de celulose mastigadas, têm uma forma redonda ou em pera, com uma abertura semelhante a uma saída lateral, podendo atingir um metro de altura e cerca de 50-80 cm de diâmetro, e são geralmente construídos em árvores com alturas superiores a 5 metros. Cada ninho pode albergar entre 2000 a 13000 vespas e mais de 150 fundadoras que, no ano seguinte, poderão vir a criar pelo menos seis novos ninhos. Espécie carnívora, a vespa asiática é essencialmente um predador de outras vespas e de abelhas, mas tal como a vespa europeia (Vespa crabro), também se alimenta de uma grande variedade de outros insetos. Como as outras vespas, constitui uma das pragas da colmeia, mas não representa uma ameaça sanitária, por não ser fonte de transmissão de doenças às abelhas. É uma espécie diurna, com um ciclo biológico anual, que tem máxima atividade durante o verão, quando atacam em massa as colmeias. É entre junho e setembro que se regista maior pressão de predação, associada ao crescimento dos ninhos, pelo que o crescimento exponencial da colónia no verão e outono está associado a ataques a apiários da abelha europeia (Apis mellifera).

Destruiçao-ninho-vespas A expansão desta espécie invasora pelo território nacional está a acontecer a um ritmo alucinante, tornando obrigatória a implementação de melhores medidas e estratégias no seu controlo e combate.
Em 2018, foi implementado o Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Asiática em Portugal, que visa a prevenção, vigilância e controlo destes insetos em todo o território nacional, com vista à segurança dos cidadãos, à proteção da atividade agrícola e do efetivo apícola, e para minimização dos impactos sobre a biodiversidade. Relativamente ao plano de ação, a GNR, através do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente), tem participado nas ações de vigilância, controlo e destruição, assim como nas ações de formação e divulgação, além de efetuar o tratamento e encaminhamento de todas as denúncias recebidas através linha SOS Ambiente.
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