As minha primeiras palavras, após ter tido a honra de ser empossado Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, são dirigidas à população do Concelho de Aljustrel.
É este povo trabalhador e íntegro que irei servir, da melhor forma que souber e que puder, honrando a confiança que em mim foi depositada.
Obrigado. Obrigado pela vossa confiança. Servirei o meu concelho, como tenho feito até aqui, dignificando o nosso rico passado, servindo o presente e preparando um futuro melhor para todas e todos. Tenho a certeza que esta minha gratidão significa um compromisso perante todos vós. Não descuidarei a convicção que demonstraram, a depositada em mim e em toda a equipa que me acompanha, e contribuirei, dentro da medida das minhas possibilidades, para a concretização das vossas melhores expetativas.
Ultrapassado o processo eleitoral e respetiva campanha, com algumas atribulações à mistura, fruto dos tempos que vivemos, dos ímpetos mal contidos e dos facilitismos que as redes sociais proporcionam, vamos governar para todos. Num diálogo franco e aberto, onde caberão todas as reflexões.

Precisamos de um concelho coeso, em que a política e os partidos políticos não sejam fator de divisão, mas apenas a circunstância para diferentes olhares que conduzam a um objetivo único: promover o bem-estar, a justiça social e o desenvolvimento do Concelho de Aljustrel.
Porque para dividir já chega o que nos vem de fora, que não é pouco. Desejo que, de agora em diante, no palco das lutas político-partidárias locais, feitas as contas, entre o deve e o haver, prevaleça sempre o superior interesse do nosso concelho.

Com esta afirmação não me estou a escusar ao debate político ou a colocar-me acima da crítica. Pelo contrário: disponho-me a discutir com todos os que venham por bem, concordem ou discordem daquilo que penso e defendo. Proponho-me, sim, a transformar a crítica em ação e a dar corpo a projetos que consigam projetar e dinamizar este território ainda mais.
Procurarei, sim, pontos de equilíbrio, incluindo com a nossa oposição.
Buscarei aprofundar a cooperação com as várias juntas de freguesia, que são o poder autárquico mais próximo das pessoas e das suas necessidades. Tentarei valorizar e aprofundar a ação da Assembleia Municipal, enquanto órgão com competências de apreciação das grandes linhas da política municipal.
Tudo farei para estar próximo das instituições concelhias, públicas, privadas e de carácter associativo. Porque são elas que dão substrato à ação do município.
Estarei sempre de portas abertas para os trabalhadores da câmara municipal, procurando que estes tenham cada vez melhores condições de trabalho, numa instituição que quero continuar a organizar e a modernizar, tendo como fim último servir melhor os nossos munícipes.

É, pois, a unir que me proponho. Unir as pessoas. Unir as instituições. Unir a nossa comunidade. Será esta a minha atitude primeira, a busca do consenso.
Mas não de um consenso qualquer! Como disse o saudoso Jorge Sampaio, em quem procuro sempre inspiração, “o consenso é um resultado. Não é em si mesmo um instrumento. O consenso é uma negociação, um compromisso. É para fazer lentamente e ter intimidade com aqueles que estão do outro lado.

O consenso é confiança”.
Confiança. É isso que quero de todos! Daqueles que sempre me apoiaram (a quem agradeço do fundo do coração), mas também dos que não me apoiaram e que residem neste nosso querido concelho a que presidirei.
Não peço que concordem sempre comigo, pelo contrário, porque da discussão nasce a luz. Peço confiança!
A confiança de que terão em mim um presidente que dará sempre, sempre, sempre, o seu melhor! A confiança de que nenhum valor se sobreporá aos superiores interesses do nosso concelho! A confiança de que as pessoas do nosso concelho estarão sempre em primeiro lugar!
E permitam que vos diga algo muito importante. Felizmente não parto do zero. Outros, antes de mim, em particular no pós 25 de Abril, em democracia, fizeram por termos o concelho que temos hoje.

Homem e mulheres, dos vários partidos, no palco da luta política, encontraram os equilíbrios e as soluções que conduziram a que hoje sejamos um concelho reconhecido fora de portas, como uma terra de progresso e de justiça social. É a esse legado que quero dar seguimento…Quero continuar a fazer.
Continuando o investimento na educação, porque entendo o processo educativo como o principal alicerce de uma sociedade com igualdade de oportunidades.
Continuando a aprofundar a ação social, porque apesar de sermos um concelho próspero, não deixamos ninguém para trás e continuamos a ter a obrigação de responder às pessoas em situações mais vulneráveis.

Continuando a priorizar o desenvolvimento económico, que é uma das imagens de marca do nosso concelho, porque sem investimento não se cria emprego, que é precisamente o meio mais sustentável para a distribuição de riqueza e criação de bem-estar.
Continuando a investir na cultura, porque é essa a forma de preservar os nossos valores próprios e de nos abrirmos ao Mundo.

Manteremos, pois, os nossos principais objetivos e daremos continuidade ao percurso que trilhámos, em que tive a honra de participar nos últimos 12 anos, enquanto vice-presidente da câmara.
Mas também inovarei e introduzirei novos objetivos, adequados ao tempo que viveremos. O compromisso será sempre com o povo e em prol do bem-público.
Porque conhecemos muito bem as questões que se nos colocam relacionadas com o ambiente, queremos que o município continue a ser um agente ativo na busca de equilíbrios entre as atividades que criam emprego e riqueza e o respeito pelos valores ambientais.
Não fugiremos aos problemas, dando continuidade à ação que autarquia tem tido até aqui em matéria de ambiente.

Estamos também absolutamente obrigados a responder aos efeitos da Covid 19, dando prioridade ao combate às suas consequências presentes e futuras, orientação que estará sempre presente em todas as ações do município nos próximos anos.
E este combate, esta guerra em curso contra os efeitos da pandemia, não é uma obrigação apenas da Câmara Municipal. O que temos pela frente, que vai muito além das questões de saúde, é tão grande que obriga ao envolvimento e cooperação de todas as entidades do concelho e da própria população.
Unidos, apenas unidos, superaremos os efeitos sociais e económicos da pandemia. Unidos, apenas unidos, protegeremos os mais vulneráveis, porque são precisamente as pessoas mais frágeis que mais estão a sofrer com a pandemia.

Unidos, apenas unidos, proporcionaremos melhores condições de habitação, de saúde, de trabalho, de educação e de respostas sociais para todos. Unidos, apenas unidos, seremos capazes de dar a volta e sair mais fortes deste problema.
A minha mensagem final só pode ser, pois, de esperança!
A esperança que é filha da nossa atitude positiva face aos desafios, que é património e característica desta terra; que resulta da qualidade das instituições do nosso concelho e que nasce da certeza que tenho na integralidade e resiliência do povo da nossa terra.
E de liberdade. E que livres habitemos “a substância do tempo”.
Conto com todos!

E, todos, podem contar comigo e com a Câmara Municipal de Aljustrel!
Bem hajam!

Carlos Teles, presidente da câmara de Aljustrel