A Câmara de Mértola e a Empresa de Desenvolvimento Mineiro, apresentaram hoje a segunda fase do projecto de requalificação da antiga área mineira de S. Domingos.
A obra da primeira fase da recuperação ambiental está a terminar.
Esta fase será candidatada ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos).
A sessão contou com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
50 anos depois, requalificação ambiental das minas prevê o aproveitamento turístico da região de Mértola
Desativadas há 50 anos, as Minas de São Domingos, na zona de Mértola, vão ser alvo de um processo de requalificação ambiental para devolver à região devastada pela exploração mineira o equilíbrio ambiental.
O projeto dá hoje o primeiro passo, com o lançamento do concurso público para a primeira fase de recuperação ambiental. Lançado pelo governo, o concurso público promovido pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), entidade
pública responsável pela reabilitação das áreas mineiras abandonadas, prevê um investimento global a rondar os 20 milhões de euros, dividido entre investimento público e o acesso a fundos do Portugal 2020, explica ao Dinheiro Vivo fonte oficial da Secretaria de Estado da Energia.
O financiamento será repartido entre o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), do Portugal 2020, que será responsável por 85% do financiamento elegível. Os restantes 15% serão da responsabilidade da EDM.
O projeto, em seis fases, prevê também na última fase, e depois da requalificação ambiental estar concluída, o aproveitamento do potencial cultural e turístico da antiga área mineira. Em cima da mesa está a aposta em novos empreendimentos turísticos, numa parceria entre a Câmara de Mértola e operadores privados, diz ao Dinheiro Vivo Luís Madeira, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa. “A câmara tem feito muitos investimentos na região. São Domingos é já a segunda localidade do concelho de Mértola com mais população”, explica.
“Esperamos que com os investimentos que foram feitos e estes novos possam aparecer parceiros privados para trazer mais benefícios para este território do interior”, explica o responsável. “A requalificação ambiental da envolvente da mina, que ficou completamente ao abandono depois de encerrada, é uma ambição antiga da Câmara de Mértola, que tem vindo a apostar na promoção turística”, diz.
Encerrada em 1966 devido ao esgotamento das reservas, a mina tinham como principal produto de exploração o cobre e o enxofre (para a produção de ácido sulfúrico) e ainda o ouro e a prata como produtos secundários, entre outros. Desde o início da exploração da mina, em 1855, foram retirados da área cerca de 25 milhões de toneladas de minério, sempre com mais de mil trabalhadores até perto do seu encerramento. Foi a maior exploração mineira portuguesa até à década de 1930, quando as Minas da Panasqueira, de volfrâmio, arrancaram com a exploração moderna.